Memória cultural e o espaço (re)imaginado em Hóspedes da Noite, de Licínio Azevedo

Autores

  • Tiago Vieira Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho
  • Isabel Macedo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho

DOI:

https://doi.org/10.22475/rebeca.v9n1.615

Palavras-chave:

memória cultural, cinema, espaço, Moçambique

Resumo

O cinema desempenha um papel ativo na formação da nossa compreensão do passado e na definição da agenda para futuros atos de lembrança no seio da sociedade, dado que constitui um meio de memória cultural e visual sobre os países e os espaços e períodos representados. O Grande Hotel da Beira, símbolo de luxo no período colonial, é-nos apresentado em Hóspedes da noite, por dois ex-funcionários, que relembram a sua grandiosidade, enquanto, em simultâneo ouvimos os testemunhos dos novos donos que ocupam este espaço, e que reacendem a memória das deslocações forçadas e dos impactos da Guerra Civil em Moçambique. As memórias do período colonial, mesmo não sendo evocadas (não há qualquer referência ao período colonial), assomam na imagem como a emanação fantasmagórica que inscreve o então presente e eiva o futuro, fazendo com que a preocupação central personagens seja a sobrevivência.

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Biografia do Autor

Tiago Vieira, Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho

Tiago Vieira da Silva frequenta atualmente o Doutoramento em Ciências da Comunicação da Universidade do Minho em Braga, Portugal. A sua investigação “O debate da identidade nacional desde a revolução de abril até ao presente, através do cinema português” é financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Licenciou-se em Cinema e Audiovisual na Escola Superior Artística do Porto e frequentou o mestrado em Comunicação, Arte e Cultura na Universidade do Minho, e é membro do projecto “Memories, cultures and identities: how the past weights on the present-day intercultural relations in Mozambique and Portugal?”, financiado pela Rede Aga Khan para o Desenvolvimento e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Integra a equipa do Museu Virtual da Lusofonia, no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade.

Isabel Macedo, Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho

Isabel Macedo é doutorada em Estudos Culturais pela Universidade do Minho e Universidade de Aveiro, na área da Comunicação e Cultura. A sua tese de doutoramento intitula-se "Migrações, memória cultural e representações identitárias: a literacia fílmica na promoção do diálogo intercultural”. É investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade e integra várias associações nacionais e internacionais na área da comunicação, da educação e da cultura visual. Coeditou a revista Comunicação e Sociedade, 34, dedicada ao tema "Ciências da Comunicação e Estudos Lusófonos", e a Vista - Revista de Cultura Visual, 2, intitulada "Memória Cultural, Imagem, Arquivo". Alguns dos seus principais trabalhos são: “Lisboa africana no cinema: conversas em sala de aula sobre Li ké terra e Cavalo Dinheiro” (2019, coautora); “Representations of Dictatorship in Portuguese Cinema” (2017); “Os jovens e o cinema português: a (des)colonização do imaginário?” (2016).

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Publicado

2020-08-09

Edição

Seção

Dossiê