La construcción de una memoria peronista en La hora de los hornos y Los hijos de Fierro: del pueblo unido al pueblo fragmentado

Autores

  • Ignacio Del Valle Dávila

DOI:

https://doi.org/10.22475/rebeca.v2n1.62

Palavras-chave:

Peronismo revolucionário / Grupo Cine Liberación / memória / trabalhadores.

Resumo

No início dos anos 1960 ganha força na Argentina uma reinterpretação do movimento peronista realizada desde a esquerda. As novas tendências peronistas fazem uma “reconstrução retrospectiva” do justicialismo, ao qual atribuem características revolucionárias que o inserem entre os movimentos de libertação do Terceiro Mundo. Neste artigo, analisa-se como o coletivo de realizadores Grupo Cine Liberación construiu nos filmes La hora de los hornos (1968) e Los hijos de Fierro (1975) uma memória da resistência das bases peronistas durante os anos 1960 e 1970, que se inscreve dentro do peronismo revolucionário. No primeiro filme, recorre-se a material de arquivo e a entrevistas de militantes para edificar uma memória onde se destaca a unidade do movimento. No segundo, por outro lado, a referida memória se elabora de forma metafórica, a partir de uma adaptação e atualização do poema Martín Fierro (José Hernández, 1872-1879). Embora os dois longas-metragens coloquem ênfase no relato da resistência peronista, La hora de los hornos desemboca em um chamado à ação armada e em uma sacralização da figura do guerrilheiro, cujas características de sacrifício e martírio são destacadas. No entanto, em Los hijos de Fierro – concluído após a morte de Perón e realizado em plena “depuração ideológica” das correntes de esquerda do justicialismo – o relato memorial acaba por constatar a fragmentação e a divisão do peronismo.

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Publicado

2016-07-25

Edição

Seção

Dossiê