Uma sinfonia silenciosa: A cidade contemporânea segundo Harun Farocki

Autores

  • Luís Flores PPGCOM-UFMG
  • César Guimarães PPGCOM-UFMG

DOI:

https://doi.org/10.22475/rebeca.v9n1.629

Palavras-chave:

Farocki, Cinema, Cidade contemporânea, Montagem

Resumo

Em Contra-música (2004), ao elaborar uma singular figuração da cidade de Lille, o cineasta Harun Farocki põe em questão a superfície visível que hoje constitui o espaço urbano, construída com os novos recursos das tele-tecnologias. Em contraste com as sinfonias pioneiras compostas por Vertov e Ruttman, essa nova partitura contemporânea baseia-se não mais na multiplicidade dos desejos e dos gestos daqueles que percorrem e habitam a cidade,  mas nas imagens que correm silenciosas nas veias de um organismo monitorado pelas câmeras que o perscrutam. Esvaziadas de sentido, reduzidas a operações técnicas ou a esquemas numéricos, tais imagens perdem a potência da invenção (cinematográfica) e acumulam-se incessantemente umas sobre as outras, produzidas pelo olhar maquínico das câmeras de vigilância. Neste artigo, buscamos compreender as peculiaridades do espaço urbano mapeado por Farocki e de que maneira seu trabalho de montagem restitui às imagens da cidade uma secreta dose de legibilidade.

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Biografia do Autor

Luís Flores, PPGCOM-UFMG

Doutorando em Comunicação Social no PPGCOM-UFMG.

César Guimarães, PPGCOM-UFMG

Possui graduação em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Minas Gerais (1988), doutorado em Estudos Literários (Literatura Comparada) pela Universidade Federal de Minas Gerais (1995) e pós-doutorado pela Universidade Paris 8 (2002). É Professor Titular da Universidade Federal de Minas Gerais, integrante do corpo permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da FAFICH-UFMG, pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e colaborador da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

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Publicado

2020-08-09

Edição

Seção

Dossiê