Para uma leitura do espaço em João César Monteiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22475/rebeca.v8n2.597

Palavras-chave:

João César Monteiro, Espaço Mítico, Espaço Repressivo, Criação.

Resumo

Nos filmes de João César Monteiro, é estabelecida uma nítida oposição entre espaço urbano e não-urbano, ou, como propomos, entre um espaço repressivo e um espaço mítico. Analisando os seus filmes, e tendo em conta as várias dimensões que a noção de sagrado tem no universo do cineasta, mostraremos como se realiza essa oposição e qual o seu peso para uma leitura de conjunto da obra. O texto divide-se em cinco partes: 1) uma breve introdução ao tema; 2) uma exposição sobre o que entendemos por espaço mítico, recorrendo ao conceito de mito em Mircea Eliade; 3) um esclarecimento sobre o espaço repressivo, tendo em conta a noção de transgressão em Georges Bataille e de impuro em Roger Caillois, bem como a ideia de dispositivo de poder em Michel Foucault; 4) uma secção mais longa em que discorremos sobre a noção de criação-resistência, e em que mostramos que Monteiro faz do seu alter-ego, João de Deus, o criador absoluto do universo-cinema, resistindo a mecanismos repressivos, como o panóptico; 5) breves considerações finais em que nos interrogamos sobre a possibilidade de regressar ao espaço do mito.

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Biografia do Autor

Pedro Camacho Costa, Universidade de Lisboa (Portugal)

Doutorando em 'Artes' na Universidade de Lisboa, com acolhimento pelo CEC -Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e com uma bolsa de doutoramento directamente financiada pela FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia (SFRH/BD/143776/2019)

Publicado

2020-04-27 — Atualizado em 2023-12-14

Edição

Seção

Dossiê