As políticas da luz a partir de Iluminai os Terreiros (2006)
DOI:
https://doi.org/10.22475/rebeca.v8n2.619Palavras-chave:
cinema, luz, estética, política,Resumo
De que maneira o cinema e as artes visuais possibilitam a invenção de outras formas de ocupar e imaginar os espaços urbanos? Neste artigo, buscaremos modos de responder a essa questão a partir da análise do filme Iluminai os Terreiros (2006), de Nuno Ramos, Eduardo Climachauska e Gustavo Moura. No filme, os artistas registraram expedições noturnas em periferias do Brasil onde lanternas gigantes foram postas performaticamente. Dar a ver esses lugares marginais do interior ou do subúrbio. A partir do estudo da obra, pretendemos demonstrar como determinadas produções artísticas têm a capacidade, através de mediações luminosas, não apenas de interferir nos modos de visibilidade de certos territórios como também de suscitar novos modos de ocupação, de vivência e de (re)invenção desses espaços. Para tal, buscaremos assinalar a dimensão política da luz, na medida em que ela participa, como argumentaremos, da partilha do sensível entre indivíduos e espaços – uma partilha entendida, aqui, desde a perspectiva de Jacques Rancière (2009). Assim, nos perguntaremos: de que forma a luz teria capacidade de produzir não apenas visibilidades, mas também invisibilidades? De que forma obras de arte teriam capacidade de interferir na partilha do sensível?
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