Rambo: vietcongue, negro
Revisionismo histórico em First Blood
DOI:
https://doi.org/10.22475/rebeca.v12n1.883Palavras-chave:
Rambo, Revisionismo Histórico, Indústria Cultural, Guerra do VietnãResumo
Este artigo visa contribuir aos estudos acerca do papel da indústria cultural em processos de revisionismo histórico. O objeto escolhido é o primeiro filme da franquia Rambo, First Blood (1982), peça central para o revisionismo da Guerra do Vietnã empreendido durante a Era Reagan. Vamos analisar o enredo da obra a fim de elucidar algumas das estratégias empregadas para a fabricação do mito do veterano de guerra, utilizado para encobrir o fracasso e a culpa dos EUA na Guerra do Vietnã. Utilizaremos como método crítico a teoria do mito. Nossa hipótese é a de que o filme se apropria das experiências do vietcongue e do negro periférico para reconstruir, num plano mítico, a imagem de superguerreiro branco indestrutível, cuja função é proteger o status quo de potência militar hegemônica dos EUA das contradições e fracassos históricos, garantir a mobilização da juventude operária para a ação militar, bem como compensar os fracassos socioeconômicos da classe média urbana branca no contexto da emergência da sociedade neoliberal financeirizada.
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