O desejo de ilusão e o teatro da memória em Cartas a Lumière (2017)

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22475/rebeca.v8n1.572

Palabras clave:

realidade, virtual, pós-cinema, ilusão.

Resumen

Nesse artigo, partiremos da análise da obra Cartas a Lumière (2017) para mostrar de que forma o filme – através de um dispositivo de realidade virtual imersivo que inclui o corpo do espectador de maneira imediata e interativa – não apenas produz uma nova experiência perceptiva e sensível mas também desloca as noções clássicas de ponto de vista, enquadramento e instância narrativa, apresentando novos caminhos estéticos para o cinema contemporâneo. Buscaremos, no entanto, relativizar o discurso contemporâneo que associa a essa técnica um caráter revolucionário. Para isso, demonstraremos o quanto o dispositivo de realidade virtual se inscreve em uma história mais ampla de dispositivos imersivos e de ilusão que tendem a reduzir a distância crítica entre o espectador e a imagem, dialogando desse modo com dispositivos do passado. Assim, buscaremos oferecer uma compreensão histórica da imersão e da ilusão que nos ajudaria a entender melhor as novas tecnologias contemporâneas. Finalmente, refletiremos sobre possíveis problemas éticos que esse dispositivo, que aprimora de maneira considerável a estética da transparência, pode desencadear em relação ao espectador.

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Biografía del autor/a

Antoine d Artemare, PPGCOM- ECO (UFRJ) ESPM (RJ)

Antoine d´Artemare é cineasta-pesquisador com experiência na área de audiovisual e de cinema. Atua como diretor, diretor de fotografia e colorista. É formado em cinema pela École BTS Audiovisuel de Boulogne (Boulogne, 2006) e pela École Nationale Supérieure des Métiers de L´image et du Son (ENSMIS-La Fémis, Paris, 2010/ revalidado Comunicação UFRJ). É mestrando em Comunicação e Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na linha Tecnologia da Comunicação e Estética. Atualmente leciona como professor de direção de fotografia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-RJ).

Pedro Urano, PPGAV- EBA (UFRJ)

Cineasta, artista visual e professor. Mestre em História das Ciências, das Técnicas e Epistemologia pela UFRJ. Doutorando em Linguagens Visuais na Escola de Belas Artes da UFRJ. Assina a fotografia de filmes premiados e selecionados em festivais como Cannes, Berlim, Sundance e Locarno. Estreou na direção com o filme Estrada Real da Cachaça (melhor documentário nos festivais do Rio e Mar del Plata). Dirigiu e fotografou o documentário HU, premiado na Mostra de Tiradentes (Brasil) e no Festival de Monterrey (México) e a série para televisão Inhotim Arte Presente (2018). É colaborador de artistas como Tunga, Lilian Zaremba, Laura Erber, Jonathas de Andrade, Daniel Steegman e Thiago Rocha Pitta. Desde 2012, é co-editor da Revista Carbono (www.revistacarbono.com), periódico online que promove diálogos entre pesquisas artísticas e científicas, atualmente em sua oitava edição. Divide com Mari Fraga a curadoria dos Encontros Carbônicos (www.encontroscarbonicos.com), exposição de arte e série de conversas públicas entre artistas e cientistas. Professor do curso de pós-graduação em cinema documentário da Fundação Getúlio Vargas.

Publicado

2019-11-08

Número

Sección

Dossier