O desejo de ilusão e o teatro da memória em Cartas a Lumière (2017)
DOI:
https://doi.org/10.22475/rebeca.v8n1.572Palavras-chave:
realidade, virtual, pós-cinema, ilusão.Resumo
Nesse artigo, partiremos da análise da obra Cartas a Lumière (2017) para mostrar de que forma o filme – através de um dispositivo de realidade virtual imersivo que inclui o corpo do espectador de maneira imediata e interativa – não apenas produz uma nova experiência perceptiva e sensível mas também desloca as noções clássicas de ponto de vista, enquadramento e instância narrativa, apresentando novos caminhos estéticos para o cinema contemporâneo. Buscaremos, no entanto, relativizar o discurso contemporâneo que associa a essa técnica um caráter revolucionário. Para isso, demonstraremos o quanto o dispositivo de realidade virtual se inscreve em uma história mais ampla de dispositivos imersivos e de ilusão que tendem a reduzir a distância crítica entre o espectador e a imagem, dialogando desse modo com dispositivos do passado. Assim, buscaremos oferecer uma compreensão histórica da imersão e da ilusão que nos ajudaria a entender melhor as novas tecnologias contemporâneas. Finalmente, refletiremos sobre possíveis problemas éticos que esse dispositivo, que aprimora de maneira considerável a estética da transparência, pode desencadear em relação ao espectador.
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