Documentário: filmes, janelas e pêndulos

Resenha

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DOI :

https://doi.org/10.22475/rebeca.v13n2.1085

Mots-clés :

Cinema, Documentário, Fenomenologia, Espectatorialidade

Résumé

Partindo de uma revisão bibliográfica crítica, Eduardo Baggio problematiza conceitos assentados acerca do cinema documentário, não para recusá-los completamente, e sim para depurá-los e, depois, colocá-los em jogo com novas contribuições. Nesse sentido, o autor mobiliza a fenomenologia como corrente filosófica que trata daquilo “que aparece”, “que se mostra a nós” (Baggio, 2022, p. 32) para propor um pensamento sobre o cinema documentário sob a correlação de quatro elementos: o processo de realização fílmica, o filme em si, a espectatorialidade e o mundo fático experiencial. Esquivando-se do que chama de “pontos de vistas centralizadores” na historicização documental e questionando conceitos fechados, quase intocáveis (como o de indexação), Baggio apresenta um estudo que costura questões narrativas e estilísticas anteriores, mas as extrapola do texto aos contextos, isto é, traz à baila o público e sua experienciação diante do filme e do mundo (e, consequentemente, das janelas que lhe servem como interface). O título Documentário: filmes para salas de cinema com janelas acaba por anunciar e sublinhar esse posicionamento de quem olha para o documentário entre diferentes janelas; experienciando o cinematográfico, mas sem se esquecer das janelas que dá ao mundo fático, ambas conectadas pelo filme, processo pendular entre essas duas aberturas.

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Biographie de l'auteur

Álvaro André Zeini Cruz, Faculdades Integradas de Bauru, Centro Universitário SENAC

Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Multimeios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor dos cursos de Produção Audiovisual e Publicidade e Propaganda nas Faculdades Integradas de Bauru (FIB) e do curso de Produção Audiovisual do Centro Universitário SENAC – Campus Bauru, Brasil.

Références

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Publiée

2024-12-23

Numéro

Rubrique

Compte rendu et Traductions