Filme-desvio: do planejamento às contradições
DOI:
https://doi.org/10.22475/rebeca.v5n2.254Palavras-chave:
Desvio, Devir, Tempo histórico, Utopia modernistaResumo
Partindo da noção de desvio, desenvolvido como método filosófico por Guy Debord no livro A sociedade do espetáculo e como técnica situacionista para a crítica da linguagem do espetáculo no ensaio Métodos e técnicas de desvio (escrito por Debord junto com Gil Wolman), propomos pensar o filme Brasília, contradições de uma cidade nova (1967), de Joaquim Pedro de Andrade, como um filme-desvio em relação ao curta-metragem Brasília, planejamento urbano (1964), de Fernando Coni Campos. O desvio, enquanto contrário de uma citação, segue na contramão da verdade oficial e destrói os sentidos propostos pela história dos vencedores. Em seu sentido mais profundo, o desvio incorpora a dialética na forma e convoca o passado como devir. Assim, confrontamos as diferentes imbricações entre tempo cinematográfico e tempo histórico apresentadas pelos filmes em questão, tendo em vista que em Brasília, planejamento urbano a nova capital tem origens míticas e é erguida acima da história, segundo os princípios da utopia modernista, enquanto em Brasília, contradições de uma cidade nova, que traz vários planos e princípios formais semelhantes aos do filme oficial para desviá-los, a cidade é re-historicizada a partir de uma crítica ao presente.
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