Sobre a colonialidade do pensamento em imagens e a reinvenção da negritude no Fespaco: maior festival de cinema africano

Autores

  • Maíra Zenun de Oliveira Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.22475/rebeca.v5n2.384

Palavras-chave:

Cinema Negro, Teoria Decolonial, Autorrepresentação, Pan-Africanismo

Resumo

Desde 1973, acontece em Burkina Faso, África Ocidental, o Festival Pan-Africano de Cinema e Televisão de Ouagadougou (FESPACO). Trata-se do maior e mais antigo evento audiovisual que ocorre em África, incluindo a exposição, premiação e discussão de filmes produzidos em todo o continente africano e seus territórios diaspóricos. Tal evento-ritual foi concebido por líderes burkinabés da revolução anticolonial dos anos 1960, que perceberam no cinema uma forma de luta e libertação. A manutenção de um festival tão grande se justifica, segundo organizadores do FESPACO, em função da enorme necessidade que os países africanos sentem de desconstrução das imagens e memórias produzidas pelo sistema-mundo colonial capitalista sobre a África e suas populações. Imaginário perpetrado diante do perverso e sólido legado afetivo e sensorial criado pelo sistema colonial. Portanto, neste artigo, apresento a discussão que venho desenvolvendo desde 2014, como projeto de pesquisa de doutorado em Sociologia do Cinema, na qual investigo o papel do FESPACO no processo de fortalecimento de um cinema africano que se propõe a descolonizar representações e discursos produzidos sobre o continente.

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Biografia do Autor

Maíra Zenun de Oliveira, Universidade Federal de Goiás

Entre 2001 e 2004, cursou bacharelado em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2005, ingressou no Mestrado em Sociologia, pela Universidade de Brasília (UnB), com a dissertação “Os intelectuais na terra de Vera Cruz: cinema, identidade e modernidade”. Desde 2007, mantém trabalho autoral, com imagens e textos poéticos, exposto em coleção privada, publicações impressas e blogs virtuais. Entre 2007 e 2014, lecionou Sociologia para o Ensino Médio, e Antropologia e Sociologia para o Ensino Superior, no Distrito Federal/Brasil. Em 2014, ingressou no curso de Doutorado em Sociologia, pela Universidade Federal de Goiás (UFG), sob a orientação do Prof. Dr. Manuel Ferreira Filho, como bolsista CAPES. Deste então, desenvolve projeto de pesquisa que aborda a discussão sobre imagens produzidas a partir de uma estética de autorrepresentação de culturas negras africanas. Em 2015, realizou com a Profa. Dra. Catarina Alves Costa, estágio pelo Programa Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE/CAPES), vinculada ao Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), na Universidade Nova de Lisboa (UNL). Entre 2010 e 2015, participou como investigadora e produtora de imagens, do TRANSE/UnB - Núcleo Transdisciplinar de Estudos sobre a Performance. E desde 2014, colabora com o FICINE - Fórum Itinerante de Cinema Negro. Ambos grupos de pesquisa vinculados ao Conselho Nacional Científico e tecnológico (CNPQ), no Brasil. Possui publicações e participação em eventos nas áreas de Ciências Sociais/Humanas, Artes Visuais, Cinema, Fotografia e Performance.

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Publicado

2017-03-31

Edição

Seção

Dossiê