Refletindo sobre golpes duros e brandos: uma comparação de Aquarius de Kleber Mendonça Filho e Terra em Transe de Glauber Rocha
DOI:
https://doi.org/10.22475/rebeca.v6n1.412Keywords:
cinema brasileiro, arte e política, Glauber Rocha, Kleber Mendonça FilhoAbstract
Este artigo oferece um estudo do filme Aquarius(AQUARIUS, 2016), de Kleber Mendonça Filho, em comparação com Terra em Transe(TERRA, 1967), de Glauber Rocha. O interesse em analisar os dois filmes de forma comparativa decorre da recepção polêmica que Aquariusrecebeu quando seu diretor e elenco utilizaram o lançamento internacional, no Festival de Cannes em 2016, para protestar publicamente contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, interpretado como golpe brando. Terra em Transe (TERRA, 1967), por outro lado, é um filme canônico do cinema brasileiro, considerado uma alegoria de outro golpe, o duro golpe militar de 1964. Devido aos contextos políticos de ambos os filmes, perguntarei se eles podem ser entendidos como diagnósticos do Brasil e, se este for o caso, como estes diagnósticos são desenvolvidos e se podem ser interpretados como potencial emancipatório. Minhas análises, e a comparação, serão guiadas pela definição antropológica de filme de ficção do filósofo alemão Martin Seel. Ele entende a mídia como aquela forma de arte que mais fortemente é capaz de mover-nos emocionalmente para eventualmente mover-nos intelectualmente. Ao aliar a definição da política do filósofo francês Jacques Rancière, argumentarei que isso pode desdobrar-se também, mas não necessariamente, em fazer-nos agir. Discutirei, portanto, o potencial de Aquarius (AQUARIUS, 2016)e de Terra em Transe(TERRA, 1967) em mover-nos e fazer-nos mover, no sentido de nos fazer compreender a estrutura sociopolítica do Brasil para atuar, eventualmente, nela.
Downloads
Downloads
Published
Issue
Section
License
1. Authors retain the copyright and grant the journal the right of first publication, with the work simultaneously licensed under theCreative Commons Attribution License, which allows the sharing of work with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
2. Authors are authorized to take additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g. publish in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported License.
CC BY-NC-SA
This license allows others to remix, adapt, and create from your work for non-commercial purposes, provided they credit you and license new creations under identical terms.
You are free to:
● Share — copy and redistribute the material in any medium or format.
● Adapt — remix, transform, and build upon the material.
The licensor cannot revoke these freedoms as long as you follow the license terms:
● You must give appropriate credit, provide a link to the license, andindicate if changes were made. You may do so in any reasonable manner, but not in any way that suggests the licensor endorses you or your use.
● You may not use the material for commercial purposes.