Da cena ao espectador

um novo olhar sobre Jogo de Cena

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22475/rebeca.v12n2.961

Palavras-chave:

Documentário, Eduardo Coutinho, Espectador, Subjetivação

Resumo

Eduardo Coutinho é um dos principais nomes do documentário nacional e já foi amplamente discutido por pesquisadores e cinéfilos. Contudo, Consuelo Lins (2013) destaca que boa parte desse pensamento crítico se concentrou nas escolhas formais que o diretor fazia para construir o encontro com os personagens diante da câmera, deixando o espectador em segundo plano, como efeito de certas formulações críticas. Nesse sentido, o presente artigo propõe investigar o espectador de Jogo de Cena a partir da perspectiva de que as operações cinematográficas trabalhadas pelo diretor criam condições de experiência para que o observador se submeta a um processo de subjetivação e torne-se outro, que não é nem o sujeito preexistente, nem a materialidade do filme, mas um processo em formação dado no encontro com o filme. Sem esse encontro, ele não existe. A partir dos conceitos de putting in sequence, putting in frame e putting in scene de André Gaudreault (2009) e de pensamentos de autores como Gilles Deleuze, André Bazin e Ismail Xavier, pretende-se alcançar um novo horizonte teórico-conceitual sobre o grande mestre do documentário nacional.

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Biografia do Autor

Helena Oliveira Teixeira de Carvalho, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Artes na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Comunicação pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Belo Horizonte (MG). Brasil. 

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Publicado

2024-01-13

Edição

Seção

Dossiê