As complexas relações arquivísticas, mercadológicas e afetivas diante das práticas de preservação e compartilhamento do arquivo televisivo do Grupo Globo: o caso da plataforma Globoplay
DOI :
https://doi.org/10.22475/rebeca.v11n2.828Mots-clés :
Globoplay, Memória, Arquivo televisivo, TelevisãoRésumé
O presente estudo tem como objetivo elucidar as complexas relações arquivísticas, mercadológicas e afetivas diante das práticas de preservação e compartilhamento do arquivo televisivo do Grupo Globo. Parte-se da premissa de que o resgate televisivo não comporta funções estritamente ligadas ao valor arquivístico de suas produções. Assim, o estudo discorre com base no avanço exponencial da tecnologia de video-on-demand, em que a prática arquivística também se relaciona com o valor mercadológico e afetivo contido na disponibilização das obras audiovisuais da emissora. Como objeto de análise discorremos a respeito da plataforma de streaming Globoplay, responsável por tornar público o acervo audiovisual do Grupo Globo, com ênfase no projeto de retorno dos títulos antigos. O estudo se delineia por meio da abordagem qualitativa, à luz dos preceitos teórico-metodológicos do Estudo de Caso (YIN, 2015), com base em entrevistas, matérias jornalísticas, e outras fontes de investigação. Além da função arquivística dos conteúdos ofertados pelo Globoplay, os autores concluem que o arquivo exerce múltiplas funções, de diversas ordens, como a função afetiva e mercadológica, que se subalternam e garantem a sua existência.
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