Godard em Moçambique

A procura de uma imagem da independência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22475/rebeca.v13n1.1089

Palavras-chave:

Jean-Luc Godard, Imagem, Moçambique, Descolonização

Resumo

Este artigo é uma investigação sobre a atuação do cineasta Jean-Luc Godard e sua produtora Sonimage em Moçambique, em 1978, em um projeto em conjunto com o governo marxista do país recém-independente. O projeto consistia na realização de uma série que se chamaria Nascimento (da Imagem) de uma Nação, que Godard trataria como um relatório da relação dos moçambicanos com a imagem para fornecer as diretrizes para implementação de uma rede de televisão no país. O projeto era interessante para ambos: para a FRELIMO, que investia no cinema como forma de construção identitária; e para Godard, que nos últimos anos vinha se dedicando à investigação da comunicação de massa, e viu uma oportunidade de criar uma televisão em um território ainda não dominado pela indústria audiovisual do ocidente. Apesar dessa convergência, o projeto não prosperou mas, ainda assim, traz muitos entroncamentos históricos, estéticos e políticos: um cineasta europeu em África, na efervescência política da pós-independência, a convite de um governo de esquerda, disposto a realizar experimentações no campo da imagem e representação. Aqui pensaremos os impasses enfrentados nessa experiência e possíveis contradições do projeto idealizado, no cruzamento entre a trajetória artística do cineasta europeu e a política cultural do país africano em processo de descolonização.

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Biografia do Autor

Karen Barros da Fonseca, Universidade Católica do Rio de Janeiro

Doutoranda e Mestre no Programa de Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Rio de Janeiro (RJ). Brasil.

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Publicado

2024-07-02

Edição

Seção

Dossiê