Um corpo-fílmico doente

Subversão formal e potência de vida em E Agora? Lembra-me

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.22475/rebeca.v13n1.1088

Mots-clés :

Patologias Fílmicas, Estudos Crip, Somateca, Descolonização no Cinema

Résumé

Neste artigo analisamos quais operações estético-formais que o longa-metragem “E agora? Lembra-me” (Joaquim Pinto, 2013) lança mão para subverter o caráter colonial-patológico deste corpo-fílmico que o próprio realizador denomina de “caderno de apontamentos de um ano de ensaios clínicos”. Nossa reflexão aprofunda o estudo de narrativas doentes como potência de visibilização de corpos diversos em sentido formal e temático, expandindo assim a doença como uma experiência naturocultural e um instrumento para subversão formal. Esta perspectiva está assentada em uma abordagem teórica e metodológica que temos denominado como patologias fílmicas e na Teoria de cineastas (respeitando o caráter autobiográfico do filme). Utilizamos a base filosófico-política dos estudos crip para propor um outro tipo de arquivamento, a somateca anticolonial, onde manifesta-se potência de vida.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur

Lucas Camargo de Barros, Universidade de Lisboa

Doutor em Pós-colonialismos e Cidadania Global pela Universidade de Coimbra. Investigador da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Portugal. 

Fabián Cevallos Vivar, Universidade de Lisboa

Doutor em Pós-colonialismos e Cidadania Global pela Universidade de Coimbra. Investigador da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Portugal. 

Références

AUMONT, Jacques. As teorias dos cineastas. Campinas: Papirus, 2004.

BARROS, Lucas Camargo de. Patologias fílmicas: subversão formal em narrativas doentes. Lisboa: FCSH, 2021.

BLASER, Mario. Notes towards a political ontology of ‘environmental’ conflicts. In: GREEN, Lesley (ed.). Contested ecologies. dialogues in the south on nature and knowledge. Cidade do Cabo: HSRC Press, 2013. p. 13-25.

BERNARDET, Jean-Claude. O que é cinema. São Paulo: Brasiliense, 1996.

BOFF, Leornardo. El cuidado esencial. Ética de los humanos, compasión por la Tierra. Madrid: Trotta, 2002.

CAZEIRO, Felipe; LEITE, Jáder Ferreira; COSTA, Andrei Junior da. Por una descolonização do HIV e interseccionalização das respostas à aids, Physis revista de saúde coletiva, v.33, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-7331202333024. Acesso em: 10 fev. 2024.

COHEN, Ed. On learning to heal or what medicine doesn’t know. Durham: Duke University Press, 2023.

DAMÁSIO, Antonio. A estranha ordem das coisas, as origens biológicas dos sentimentos e da cultura. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

DELEUZE, Gilles. Cinema 2 – A imagem-tempo. Tradução de Eloisa A. Ribeiro. São Paulo: Editora 34, 2018.

E AGORA? Lembra-me. Direção: Joaquim Pinto. Produção: Joana Ferreira Cidade: Lisboa, C.R.I.M, Presente, 2013. Digital. 164min, sonoro, colorido.

FEDERICI, Silvia. Calibán y la bruja. mujeres, cuerpo y acumulación originaria. Buenos Aires: Tinta Limón, 2011.

PINTO, Joaquim. Vamos aprender a estar vivos (e talvez a ser melhor do que somos). [Entrevista cedida a] Francisco Ferreira, Expresso, 2 de setembro de 2014. Disponível em: https://expresso.pt/cultura/vamos-aprender-a-estar-vivos-e-talvez-a-ser-melhor-do-que-somos=f887951. Acesso em: 10 fev. 2024.

FOUCAULT, Michel. Las técnicas de sí. In: ______ Estética, ética y hermenéutica. Tradução de Ángel Gabilondo. Barcelona: Paidós, 1999. p. 443-474.

GILBERT, Helen; TOMPKINS, Joanne. Post-colonial Drama: Theory, practice, politics. London, New York: Routledge, 2002.

GREINER, Christine. Corpos Crip. Instaurar estranhezas para existir. São Paulo: N-1 edições, 2023.

HARAWAY, Donna. When species meet. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2008.

HARAWAY, Donna. O manifesto das espécies de companhia. Lisboa: Orfeu Negro, 2022.

JOHNSON, Merri Lisa. Bad romance: a crip feminist critique of queer failure, Hypatia. A journal of feminist philosophy. Vol. 30. Issue 1: New Conversations in Feminist Disability Studies. p. 251-267, 2015.

KARAM, Sofia. Corpo em combate, cenas de uma vida, 2018. Tese (Doutorado) –Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, 2018.

LUGONES, Maria. Rumo a um feminismo descolonial, Revista Estudos Feministas. 22 (3): 320, setembro-dezembro. Florianópolis, 2014. p. 935- 952.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del Ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (eds). El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Iesco-Pensar-Siglo del Hombre editores, 2007. p 127-168.

MACHADO, Arlindo. Pré-cinemas e pós-cinemas. Campinas: Papirus Editora, 2014.

MARTINS, Leda Maria. Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Uberlândia: Editora da Universidade Federal de Uberlândia, 2021.

MATTINGLY, Cheryl; GARRO, Linda. Narrative and the cultural construction of illness and healing. Berkeley: University Press of California, 2001.

MCKEE, Robert. Story: substância, estrutura, estilo e os princípios da escrita de roteiro. Curitiba: Arte & Letra, 2017.

MIES, Maria; SHIVA, Vandana. La praxis del ecofeminismo. Biotecnología, consumo y reproducción. Barcelona: Icaria, 1998.

MUDIMBE, Valentin. The Invention of Africa: Gnosis, Philosophy, and the Order of Knowledge. Londres: Indiana University Press, 1988.

NYONG’O, Tavia. Afro-fabulations, the queer drama of black life. Durham: Duke University Press, 2018.

PRECIADO, B. Paul. Texto Yonqui. Madrid: Espasa Calpe, 2008.

RUIZ SERNA, Daniel; DEL CAIRO, Carlos. Los debates del giro ontológico en torno al naturalismo moderno, Revista de Estudios Sociales. n. 55. Bogotá. Universidad de los Andes, 2016. p. 193-204.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Crítica de la razón poscolonial. Hacia una historia del presente evanescente. Madrid: Akal, 2010.

SQUIERS, Carol. The body at Risk: Photography of dissorder, illness and healing. Berkeley: University of California Press, 2006.

VARELA, Francisco; ANSPACH, Mark. The Body Thinks: The Immune System and the Process of Somatic Individuation, In: GUMBRECHT, Hans Ulrich; PFEIFFER, K. Ludwig (orgs.). Materialities of Communication. Stanford: Stanford University Press, 1994.

VIVAR, Fabián. Corpo-política epistémica: a monstruosidade falante, Intellèctus, 21. (1). 282–290, 2022. Rio de Janeiro. UERJ. Disponível em: https://doi.org/10.12957/intellectus.2022.64191. Acesso em: 10 fev. 2024.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. La Pachamama y el humano, In: ACOSTA, Alberto; MARTÍNEZ, Esperanza (eds.), La Naturaleza con derechos. De la filosofía a la política. Quito: Abya-Yala/ Fundación Rosa Luxemburgo, 2011. p. 25-138.

Téléchargements

Publiée

2024-07-02

Numéro

Rubrique

Dossier